quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Isso é chantagem, senhores

Acabo de saber que Alexandre José Adriano, o Xandrinho, não é mais o líder do prefeito Lindberg Farias (PT), na Câmara de Vereadores. Também fui informado de que os membros da Casa não estão querendo votar a proposta orçamentária para 2009 enviada pelo Poder Executivo, que quer o direito de poder remanejar - do jeito que bem entender - no mínimo 30% do orçamento, estimado em cerca de R$ 900 milhões. Já vi esse filme antes. No final do ano passado os vereadores fizeram o mesmo estardalhaço, mas bastou o prefeito chamar os “nobres” representantes do povo para uma conversinha particular que tudo foi acertado e eles acabaram dando tudo que Lindberg queria. Agora começou a mesma palhaçada. O mesmo grupo avisa que só votará o orçamento cheio de emendas e que só darão autorização para o prefeito suplementar cinco por cento. Pois bem, vou adiantar aqui o que acabará acontecendo: Lindberg vai convidar turma para um papo de pé de ouvido e o orçamento será aprovado sem emenda alguma. Isso, minha gente, para mim tem nome: chantagem. Esses vereadores caras-de-pau estão mostrando dificuldades para depois oferecerem facilidades.




segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vai sobrar para o Senhor Johnson?

Henrique Johnson Buarque é um boa-praça que ficou apenas 46 dias como secretário de Saúde de Nova Iguaçu, pouco tempo, é verdade, mas o suficiente para arrumar um grande problema. Armaram uma arapuca e apesar de todo o seu tamanho, caiu feito um patinho. O segundo termo aditivo do contrato da Captar que garantiu à cooperativa mais R$ 43 milhões foi preparado para ser assinado por Marli Freitas que o atencedeu na secretaria. Ela, sentindo o peso da responsabilidade – não foi feita concorrência pública – deixou o cargo sem sacramentar o documento. Ele, convencido da urgência da renovação do contrato, foi lá e pimba! Meteu o jamegão, só que fez isso um dia antes de tomar posse no cargo. Resultado: é réu num processo de improbidade administrativa movido pelo Ministério Público Federal.

O MPF está pedindo a anulação do contrato e ressarcimento dos cofres públicos. Resta saber quem pagará a conta, pois certamente o ex-secretário não é o único responsável por esse erro. Falhou quem preparou o termo aditivo, quem determinou que ele assinasse o documento e muito mais quem fez o contrato com essa cooperativa.




Disputa pela presidência da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu começa acirrada

Os rumores de que a deputada Sheila Gama (PDT), eleita vice na chapa capitaneada por Lindberg Farias (PT), não assumirá o cargo, em janeiro, já provoca reflexos na disputa pela presidência da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu. É que se o prefeito resolver se candidatar ao Senado ou ao Governo do Estado, em abril de 2010 ele terá que se desincompatibilizar. Neste caso, com a ausência do vice, quem assume como prefeito é o presidente da Câmara de Vereadores. Isso faz acirrar ainda mais a disputa pelo comando da Casa Legislativa Municipal.

Na aliança DEM-PV, que conseguiu eleger a maior bancada, que será formada por cinco dos 21 vereadores que atuarão a partir de 2009, pelo menos três são candidatos. Carlinhos Presidente (DEM), que foi o vereador eleito mais votado, é um dos que postulam a administração da Câmara. Outro vereador reeleito pelos Democratas, o Daniel da Padaria, também concorre à presidência da Câmara e conta com a simpatia do prefeito. Já o atual líder de governo na Câmara de vereadores de Nova Iguaçu, Xandrinho (PV), também oferece o nome como opção para a presidência da Casa.

De olho no futuro, o PT também não quer entregar a outro partido a administração da Prefeitura de Nova Iguaçu. A mais votada da legenda e ex-toda-poderosa Professora Marli, que já acumulou as funções de secretária municipal de Educação e de Saúde, também coloca o nome na lista dos presidenciáveis. No entanto, é pouco provável que seu nome seja aceito pelos demais membros da Câmara.

Correndo paralelamente e no silêncio, o atual presidente da Câmara, Jorge Marotte (PMDB), também concorre a permanecer no cargo. O único problema que Marotte enfrenta é que eleito foi reeleito pelo PMDB, legenda na qual Nelson Bornier disputou a cadeira de prefeito com Lindberg Farias.

Todos os vereadores reeleitos estão de olhos para os estreantes. Pelo menos dez deles inaugurar seus mandatos de vereadores em janeiro próximo. Assim como os novos vereadores, a influência do deputado federal Rogério Lisboa (DEM), assim com o seu fiel escudeiro e secretário municipal de Governo, Tuninho da Padaria (DEM), também influenciarão na escolha do nome. Eles podem ser decisivos na escolha do novo presidente da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu e, quem sabe, prefeito em 2010.



“Bancada do Amém” passou de dois para seis vereadores


Mais do que nunca a religião teve influência no processo eleitoral em Nova Iguaçu. Considerados excelentes cabos-eleitorais, cada vez mais pastores de igrejas evangélicas ajudam a eleger políticos. Em Nova Iguaçu, por exemplo, o número de vereadores evangélicos eleitos triplicou. Além dos dois parlamentares ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Rosângela Gomes (PRB) e Bispo Marivaldo Amorim (PTdoB), que foram reeleitos para a legislatura que começa em janeiro de 2009, outros quatros vereadores evangélicos foram eleitos. São eles Nicolasina Acarisi (PMDB); Vilma Aguazul (PDT); Pastor Laranja (PSDB) e Pastor

Wellington (PT).

A partir de janeiro de 2009, o número de evangélicos eleitos permitirá a criação da maior bancada da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu. Ela poderá ser composta por seis integrantes, superando a bancada da aliança entre o DEM e o PV, que só elegeu cinco parlamentares. Matérias polêmicas como conceder títulos honoríficos a representantes de outras religiões poderão sofrer problemas, dependendo da composição do plenário no dia da votação.

Esse fenômeno crescente da presença de líderes religiosos como políticos de mandatos chama a atenção. Segundo a Constituição Brasileira o Estado deve ser laico, ou seja: sem preferência de credo ou religião. Porém, que observa os trabalhos da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu percebe que a Constituição Brasileira não está sendo respeitado, pois o presidente da Casa deve encerrar as sessões plenárias proferindo a seguinte frase: “declaro encerrada a sessão sob a proteção de Deus”.

Para algumas pessoas, esse uso da religião como instrumento para capitalizar os votos dos fiéis acaba afetando a imagem das igrejas evangélicas. “Pelo que vemos nos jornais, política é uma coisa suja. Fico triste em saber que tem pessoas que usam o nome de Deus para fazer política”, diz a dona de casa Neuza Borges de Azevedo, de 49 anos.

Na relação das igrejas evangélicas com a política, templos onde deveriam concentrar o silêncio para a meditação, acabam se transformando em verdadeiros comitês eleitorais. Neles, muitos políticos se vestem da imagem de religioso para cooptar o voto do fiel.

O antigo PL, legenda que abrigou o deputado Bispo Rodrigues, envolvido no escândalo do mensalão, acabou muita de sigla. Ligado à Igreja Universal, Rodrigues foi cassado depois do seu nome citado no escândalo.




Família Carvalho tropeça feio nas urnas em Resende e Porto Real

Visto até então como uma das maiores lideranças políticas do Sul Fluminense, o deputado estadual e secretário de Habitação, Noel de Carvalho (PMDB), foi o grande derrotado nas últimas eleições. Pelo menos é essa avaliação de prefeitos e vereadores dos municípios que formam aquela região: Noel foi derrotado em Resende, onde seu filho, o prefeito Sílvio de Carvalho perdeu para o médico José Rechuan Junior (DEM) e em Porto Real: não conseguiu eleger outro filho, Augusto de Carvalho vereador. No caso de Porto Real, além de não conseguir seu intento, ainda teria atrapalhado o PMDB, pois a legenda não lançou nenhum outro candidato a vereador que pudesse ter mais votos que o filho.

Os planos políticos da família Carvalho incluía uma disputa ainda maior em Porto Real. A idéia era uma vez eleito vereador, fazer de Augusto de Carvalho presidente da Câmara Municipal e depois, em 2012, lançá-lo candidato à sucessão do prefeito Jorge Serfiotis (DEM), reeleito para mais quatro anos de mandato.

Para os analistas locais, o resultado das últimas eleições pode afetar ainda mais a família Carvalho, dificultando a reeleição de Noel em 2012 e sepultando de vez o sonho do deputado em ser o candidato a vice-governador na chapa de Sérgio Cabral, conforme ele já havia comentado com amigos mais próximos. “Noel está muito abalado com o fracasso dos filhos nas urnas, pois isso representa para um político como ele uma derrota pessoal”, disse um amigo da família.




“Sem lenço e sem documento”

Funcionários dos PSFs e Hospital Municipal de Piabetá dizem não saber como foram contratados nem de onde saem seus salários.

Quem está pagando os salários dos funcionários lotados nas unidades da rede municipal de saúde de Magé se grande parte deles não recebe contracheque no final do mês e não assinou nenhum documento que comprove o vínculo empregatício com a municipalidade? Essa pergunta vem sendo feita por servidores lotados em alguns postos do Programa Saúde da Família (PSF) e no Hospital Municipal de Piabetá, sem que ninguém da administração municipal lhes dê a resposta.

De acordo com a legislação, o serviço público só pode contratar pessoal mediante aprovação em concurso ou através de portarias nomeando para cargos comissionados, os chamados cargos de confiança. A terceirização de alguns serviços e as contratações não efetivas através de cooperativas, podem até acontecer, mas não para funções efetivas como as dos setores de saúde e educação por exemplo, o que não é o caso de pessoas lotadas nas unidades da rede municipal de Magé. A prefeita Núbia Cozzolino, a secretária de Saúde Marilene Formiga e o secretário de Comunicação, Jorge Cosme dos Santos, Jorge Cosan, foram procurados para falarem sobre o assunto, mas não foram encontrados.

“Estou trabalhando desde março e não sei quem paga meu salário. Não tenho uma portaria, não assinei nenhum contrato de trabalho, não tenho crachá e nunca recebi contracheque. Quando comecei a trabalhar me encaminharam com um bilhetinho à agência do Banco Itaú e uma conta foi aberta em meu nome e todos os meses é depositado um salário mínimo”, contou um servidor que está lotado no Hospital Municipal de Piabetá. Segundo ele a maioria que trabalha nessa unidade está na mesma.



Servidores se consideram “fantasmas”


A maioria dos trabalhadores que se encontra nessa situação ganha em média um salário mínimo por mês. Além de não terem nenhuma garantia trabalhista nem descontarem para a Previdência Social, esses servidores não conseguem crédito no comércio local, pois eles não podem comprovar vínculo empregatício. “Estou precisando comprar um fogão novo, pois o meu só tem uma boca funcionando, mas não consigo abrir um crediário. Ganho R$ 400 por mês e não posso comprar a vista, pois tenho dois filhos para sustentar e meu marido está desempregado”, diz um funcionária que, como muitos que estão na situação dela, se consideram “fantasmas”, pois trabalham duro na rede municipal de Saúde, recebem salário no final do mês, mas não tem como provar que trabalham nem onde ou para quem.



Um posto “mal-assombrado”


Na Rua Teresina, no bairro João de Deus, mais conhecido como Beco Saci, em Piabetá, funciona um dos mais de 50 postos do Programa Saúde da Família instalados no município de Magé. Nessa unidade estão lotados oito funcionários e nenhum deles tem vínculo empregatício comprovado. Foram “contratados pela Prefeitura, tiveram contas abertas no Banco Itaú a partir de um bilhetinho, mas não sabem quem deposita o salário. “Já busquei informação no banco, mas me disseram que não podiam me revelar nada. Na Secretaria de Saúde também ninguém fala nada. Aqui nesse PSF todos nós nos consideramos ‘fantasmas’, pois não temos um documento para mostrar. “Fomos contratados sem nada assinar”, afirmou uma das pessoas lotadas na unidade, revelando ainda que todos trabalham com medo, pois se forem pegos comentando o assunto podem perder o emprego.



Demitidos ainda constam como ativos


O médico Fernando Eduardo Guedes Goulart, matrícula 4237 foi demitido pela prefeita Núbia Cozzolino no dia 27 de dezembro de 2007, depois de 22 anos de serviço. Não recebeu um centavo sequer de indenização, perdeu mais de 20 de trabalho, mas, para piorar sua situação o nome dele ainda consta no Datasus, órgão do Ministério da Saúde que controla a contratação de pessoal e a liberação de pagamentos feitos através do SUS, como se ainda estive trabalhando para o município de Magé, lotado no Hospital Municipal de Piabetá, que, para o SUS, é a Unidade 3302502278324. De acordo com o Datasus, Goulart, registrado com o número 108584694530000 ainda tira plantões de 12 horas no Hospital de Piabetá como cirurgião geral.

“Meu nome não pode mais constar no Datasus como se eu ainda estivesse trabalhando naquele hospital. Vou analisar a situação, pois quero saber se tem alguém recebendo em meu lugar”, disse Goulart.

Na mesma situação de Fernando Goulart se encontra o fisioterapeuta Júlio Cesar Cretton que até fevereiro estava lotado no PSV César da Ambulância, no bairro São Francisco, em Mauá. Pelo Datasus Júlio, com o registro 980016280659378, ainda trabalha unidade. Segundo Julio César até hoje a Prefeitura não pagou o que lhe deve.