quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Adeus ano velho... feliz ano novo

“Como 2009 passou rápido, meu Deus!” Ouvi muito isso hoje e com certeza ouviremos ainda mais daqui a um ano, pois em 2010 teremos Copa do Mundo e eleições. E é aí que mora o perigo.

O primeiro evento parece anestesiar o povo contra as dores provocadas pelas ações dos maus políticos. A população sofre quietinha. Não liga para os afanos da mão boba desse bando de corruptos, gente que sem a menor crise de consciência mete no bolso a grana da merenda escolar, o dinheiro da saúde, a verba do saneamento e surrupia os reais suadinhos dos IPTU, IPVA e ISS da vida... Bobeira isso. Afinal temos quatro dias de folia e uma quarta-feira de cinzas para dormirmos um pouco mais. E depois? Depois é depois...

Tem a Copa do Mundo e nós somos os melhores, né? O povo se acotovela diante dos aparelhos de televisão e joga a realidade pela janela, pois nossos craques estão em campo e a pátria de chuteiras só quer mesmo é saber de gols. E se esses não vierem em quantidade suficiente para nos garantir a taça? Bom, aí é entrar no clima eleitoral, apelando a uma consciência tardia, alimentada pela desinformação, pois uma nação que só lê jornais para saber do que estão falando sobre os futuros capítulos das novelas é extremamente desinformada e confunde os escândalos estrelados por seu político preferido com mais uma cena do folhetim das oito.

Bem que nesse novo ano as coisas poderiam ser diferentes. Que o povo de Nova Iguaçu acordasse de uma vez e olhasse para sua rua esburacada e entendesse como enganação, como puro golpe eleitoral, uma enorme sacanagem aquela placa que a prefeitura instalou há anos para anunciar R$ 360 milhões em obras que só o prefeito vê.

Que em 2010 essas milhares de pessoas que hoje não terão ceia, pois suas casas foram tomadas pelas águas dos rios que transbordaram com as chuvas, entendam que a situação em que se encontram é causada pela omissão do prefeito, do vereador, do deputado em quem votaram em troca de um tapinha nas costas e um aperto de mão.

Que nesse novo ano a gente sofrida de bairros como Lagoa, Pau-a-pique, Cidade Naval, Comendador Reis, Partido, Maurimárcia, Novo Horizonte, Buraco da Onça, Ponte Preta, Parque Paranhos e Vila Cruzeiro, comunidades esquecidas de Magé, entendesse que o pão e o leite que vão buscar nos postos do PSF são migalhas caídas da mesa farta de quem a governa e que os moradores dessas localidade precisam de ações verdadeiras e não de esmola.

Bom seria se nesse novo ano o brasileiro decidisse dar um basta na enganação e dissesse aos governantes que quer muito mais que o Bolsa-Família, que quer mais trabalho e menos discursos, ações efetivas e não programas bonitos como esse tal de Minha Casa Minha Vida, que não sai nunca do papel e que serve apenas para dizer ao povo: - Gente, se vocês não votarem na Dilma, não terão casa coisa nenhuma. E tem mais. Podem esquecer o Bolsa-Família!

Feliz ano novo!



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Na marra não, prefeito

Alguém precisa dizer ao prefeito de Belford Roxo, Alcides Rolim (PT) e aos membros da Câmara de Vereadores, que o povo merece respeito e que eles não podem usar um leizinha particular para fazerem o que bem entenderem. Esse golpe que Rolim preparou, mandando um projeto de lei à Câmara tirando - como se tivesse poder para isso - o bairro de Miguel Couto de Nova Iguaçu e inserindo-o em seu município, parece coisa de maluco.

Quem disse ao prefeito que ele pode fazer isso? E quem esses vereadores pensam que são para aprovarem um absurdo desses? Se a moda pega Cabo Frio vai querer partes de Búzios e Arraial do Cabo de volta, Casimiro de Abreu fará uma lei municipal para tomar um pedaço de Rio das Ostras e Macaé vai se achar no direito de recuperar o que perdeu com a emancipação de Quissamã.

Na verdade, Rolim - apontado como o pior prefeito eleito na Baixada Fluminense em 2008 - está querendo é grana, de olho na arrecadação de Miguel Couto e não no bem dos cerca de 40 mil habitantes do bairro, que tem 16 mil eleitores e gera uma receita de R$ 30 milhões por ano. A cidade “governada” por Alcides Rolim é horrível. Está imunda e esburacada. O trânsito é uma bagunça danada e tem uma guarda municipal abusada, metida a polícia, que em vez de trabalhar para evitar o caos fica querendo fazer blitz, como se tivesse autoridade para isso.

Rolim alega que está cumprindo uma decisão judicial para fazer prevalecer uma lei estadual aprovada em 1993, passando o território de Miguel Couto para Belford Roso. Isso não aconteceu na época porque os prefeitos Altamir Gomes (Nova Iguaçu) e Jorge Júlio Costa dos Santos, o Joca (Belford Roxo) optaram por respeitar a vontade dos moradores de Miguel Couto, que não queriam a mudança. Rolim precisa entender que sua lei particular não tem valor algum e que quem tem que decidir isso é a Assembleia Legislativa. Não o Poder Judiciário e muito menos o IBGE.

Rolim precisa é tomar conta do seu próprio quintal. Para mim, particularmente, tanto faz se Miguel Couto for para o controle de Belford Roxo ou continuar em Nova Iguaçu. Não moro naquela localidade nem perdi nada por lá. O que defendo é o preceito legal e essa leizinha feita por um prefeito que não cuida da cidade e aprovada por uma Câmara que deixa de fazer o que deve para ficar inventando moda, é inconstitucional e deverá ser derrubada.

A emancipação de Belford Roxo - que pertencia a Nova Iguaçu - foi decidida em plebiscito e dele os eleitores de Miguel Couto não participaram. A autonomia do então distrito foi definida por lei estadual, conforme determina a Constituição Federal e não será um instrumento municipal que irá alterar o território.

Esse é o tamanho da verdade, goste o prefeito ou não.



domingo, 27 de dezembro de 2009

A incoerência de Manoel Ferreira

O alagoano Manoel Ferreira, em janeiro desse ano, mandou espalhar por vários pontos do Rio de Janeiro dezenas de outdoors com a inscrição “Manoel Ferreira Nobel da Paz”, propagando-se como indicado ao prêmio na versão de 2008.

O problema é que o prêmio - criado pelo sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite - desde 1901 vem homenageando pessoas que tiverem feito “a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”, o que não é o caso de Ferreira. Tanto que sua indicação nem foi levada a sério.

Lembro essa história para falar de uma batalha jurídica que Manoel Ferreira - deputado federal, bispo da Assembléia de Deus e presidente vitalício da Convenção Nacional das Assembléias de Deus Ministério Madureira (CONAMAD) - vem travando contra a Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil (CGADB), na qual o “homem de paz” provocou um racha.

Ferreira luta na Justiça em favor da Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), indústria gráfica que imprime livros, bíblias e a Harpa Cristã, hinário da seita. Manoel Ferreira quer que a Editora Betel, controlada pela CGADB seja impedida de imprimir tais produtos, uma briga clara por dinheiro, sustentada por esse homem que pensa ser o papa das Assembléias de Deus. Aliás, por ordem de Manoel Ferreira, pastores de igrejas filiadas à CONAMD não podem pregar nos templos ligados à CGADB e vice-versa.

Vejam o nome de quem sugeriram ao respeitabilíssimo Nobel da Paz. Ainda bem que o pessoal lá de Oslo, onde o prêmio é atribuído, não deu a menor bola para a indicação.